História


Imagem da Paróquia há anos atrás.




História da Paróquia

A Paróquia de São Sebastião foi criada aos 20 de janeiro de 1949, se desmembrado assim,
da Paróquia de São Pedro, mas a festa em honra a São Sebastião já vinha sendo celebrada desde 1926. 
   O termo de criação da Paróquia contou com a presença de várias autoridades da época.
   Assinado pelo então bispo de Natal D. Marcolino Dantas, se fizeram presentes a esta
solenidade o Prefeito da cidade do Natal Sílvio Pedrosa, o General do Exercito Lima Machado,
o Comandante da Base Naval e o 1º Pároco Pe. Luiz Klur (MSF).
   Um fato histórico ocorrido no ano de 1969 em nossa paróquia foi o desabamento do teto da Igreja.
   Na época, o bairro do Alecrim chamava-se ''Baixa da Beleza'' e foi feita uma grande campanha para a construção de um novo templo, vindo a ser concluído somente no ano de 1977.
   A Paróquia tem uma população estimada em 60 mil habitantes, distribuídos pelas comunidades São Vicente de Paulo, Santo Inácio e Cristo Redentor.
   O trabalho pastoral é animado através de várias pastorais, serviços e movimentos.


PÁROCOS QUE PASSARAM PELA NOSSA PARÓQUIA

1º - Pe. Luiz Klur  (MSF)                               21-01-49 
2º - Pe. Evaldo Behe - alemão (MSF)            04-11-56
3º - Pe. Estevam Quodt (MSF)                      12-03-59
4º - Pe. Guilherme Mirlembrikq (MSF)           01-04-60
5º - Pe. João Began (MSF)                           28-02-63
6º - Pe. Francisco Dera (MSF)                      19-04-64
7º - Pe. Estanislau Kompomonski (MSF )      25-08-66
8º - Pe. Valdemar Fernandes de Pinho         17-03-68  
                 (1º Pároco brasileiro)
9º - Pe. Mariano Moraques Zaforteza (SJ)     08-08-91
10º- Pe. José Freitas Campos                       10-01-93
                    (ATUAL)





São Sebastião
                                                                 São Sebastião, por Botticelli.
São Sebastião (França, 256 d.C. — 286 d.C.) originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).
De acordo com Actos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiliano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal - a Guarda Pretoriana. Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado em 30 de Junho) resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.


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TRAÇOS BIOGRÁFICOS DE JOSÉ FREITAS CAMPOS - PE. CAMPOS
  • 10/12/1948 - Nasceu em Senador Elói de Souza - RN, antigo Caiada de Baixo ou Caiadinha. Filho de: Renato Cezário Campos e Maria Jacinto de Freitas
  • 06/01/1949 - Recebeu o batismo por ocasião da festa de Santo Reis.
  • 1958 - Sacramento da confirmação em Serra Caiada, ministrada por Frei Damião de Bolsano.
  • 03/02/1961 - Ingressou no Seminário São Pedro.
  • 1974 - Os ministérios de Leitor e Acólito conferidos por Dom Nivaldo Monte - Arcebispo de Natal - na Capela Nossa Senhora de Fátima no dia 03/01.
  • 01/02/1975
    - A Ordenação Sacerdotal;
    - Celebração da primeira missa em Senador Elói de Souza no dia 07/02.

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ESTUDOS :
  • 1956 A 1960
    - Curso primário no Grupo Escolar Desembargador Vicente de Lemos - Elói de Souza.
    - 1º e 2º grau - Seminário São Pedro - Natal/RN.
    - UFRN - Cursou Letras.
    - São Paulo - Seminário Central da Imaculada conceição do Ipiranga: Complementação  Filosófica e concluiu o Curso de Teologia
  • 06/10/1987 à dezembro de 1989
    - Concluiu o Mestrado e Teologia Dogmática no Pontifício Universidade Gregoriana e no   Pontifício Ateneu Santo Anselmo (Roma - Itália), especializando-se em liturgia   Sacramentos.
  • 1988 - Freqüentou no CIAM um curso de Animação Missionaria e Espiritualidade Sacerdotal.
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MINISTÉRIOS:
  • 08/04/1975 à 08/04/1976 - Primeira nomeação foi para Vigário cooperado de Pendências - Ipanguaçu e Santana do Matos.
  • 01/05/1976 à 01/05/1982 - Cooperado de São José de Campestre.
* Neste Interim:
  • 28/01/1980 à dezembro de 1982 - Capelão de Colégio Nossa Senhora das Neves.
  • 15/11/1978 s 1983 - Direto do ITEPAN e da ESER.
  • 14/02/1978 Santos Reis a 03/06/1981 - Vigário substituto de Serro caiada.
  • 1982 - Nomeado para ser o primeiro Pároco da Paróquia Sagrada Família.
  • 10/03/1993 Paróquia de São Sebastião.
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PUBLICAÇÕES E GRAVAÇÕES:
  • 1978 - O livro "Liturgia, serviço do povo e para o povo de Deus" - Edições Paulinos.
    - Roma - Escreveu o trabalho de Conclusão do Mestrado e dissertação: "O estatuto teológico da liturgia no Vaticano II, Medellin e Puebla".
    - Campo musical: Mais de 100 músicas em CDs e K7s.
    Destacamos: Os preferidos de Deus, Missa Bem-Aventuranças, Reino sem fronteiras, Dízimo e partilha, entre outros.
    - Autor do Hino do XII Congresso Eucarístico Nacional, do Congresso Eucarístico de Caruaru.
    - Hino dos Promártires do Brasil e Ladainha de Nossa Senhora e dos Santos e Beatos da América Latina.
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PUBLICAÇÕES E GRAVAÇÕES:
  • 1978 - O livro "Liturgia, serviço do povo e para o povo de Deus" - Edições Paulinos.
    - Roma - Escreveu o trabalho de Conclusão do Mestrado e dissertação: "O estatuto teológico da liturgia no Vaticano II, Medellin e Puebla".
    - Campo musical: Mais de 100 músicas em CDs e K7s.
    Destacamos: Os preferidos de Deus, Missa Bem-Aventuranças, Reino sem fronteiras, Dízimo e partilha, entre outros.
    - Autor do Hino do XII Congresso Eucarístico Nacional, do Congresso Eucarístico de Caruaru.
    - Hino dos Promártires do Brasil e Ladainha de Nossa Senhora e dos Santos e Beatos da América Latina.

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São Sebastião, por Pe. Campos.

INTRODUÇÃO:

Queridos irmãos, nesta biografia de São Sebastião, mártir de Cristo, temos o objetivo, não só de narrar o desenrolar de sua preciosa existência, mas principalmente de refletirmos juntos sobre sua vida no contexto de nossos dias, buscando pontos de encontro, semelhanças, atitudes e testemunhos acontecidos entre ele e nós. Sentimo-nos alegres, pois, juntamente conosco, mais de 350 Paróquias espalhadas por esse Brasil, invocam São Sebastião como seu Padroeiro e neste mesmo dia, iniciam o novenário em preparação a sua festa, celebrada liturgicamente no dia 20 de janeiro.
Viva São Sebastião!

SÃO SEBASTIÃO - UM BATALHADOR DA FÉ:

Nesta novena procuraremos responder a pergunta: "Mas quem foi mesmo São Sebastião?" E ainda: "O que ele tem a dizer a nós cristãos do Novo Milênio?" Refletindo bem, iremos perceber que a vida deste santo poderia ter se passado ontem ou hoje mesmo, aqui, no nosso Brasil ou até em nossa comunidade. Com efeito, e uma nota característica da Igreja, em todos os tempos, ser perseguida e sofrer o martírio. Nos dias atuais esta realidade se faz presente de maneira bem acentuada. Quem decide viver a fundo a opoção preferencial pelos pobres, deve estar disposto a "perder a sua vida"por causa do Evangelho.

VAMOS REFLETIR JUNTOS:

Começando a nossa reflexão, podemos dizer que não existe católico que não tenha ouvido falar, ao menos uma vez, a respeito de São Sebastião. De fato, o nosso santo padroeiro foi um cristão que se tornou famoso por sua valentia e coragem, nos primeiros tempos da Igreja. Nasceu em Narbona, uma cidade perdida no imenso império romano, que então dominava o mundo. Hoje ela ainda existe. Encontra-se no sul da França, que naquela época fazia parte da província das Gálias.

ENTREMOS NA NARRATIVA:

Diz a história que, quando Sebastião era ainda pequeno, sua família mudou-se para a cidade de Milão, bem mais próxima de Roma, que era a capital do Império. Ali morreu o seu pai, ficando o menino entregue aos cuidados maternos. A sua mãe era cristã, e isto não era tão comum naquela época, lá pelo ano 284. Os cristãos eram perseguidos como inimigos do Estado pelo fato de não adorarem aos deuses pagãos. Todos os que adotassem essa nova religião seriam aprisionados e lhes eram confiscados os seus bens.
Daí então, a mãe de Sebastião, sendo cristã, transmitiu ao filho o dom da fé cristã. Fé vivia e verdadeira que nos compromete em tudo e sempre. Assim começa a história de um santo, início de uma vida como de qualquer vida.

A PERSEGUIÇÃO:

Faz muito tempo que Sebastião viveu; tantos séculos atrás, no alvorecer da era cristã. Por causa de sua vida, em conflito com a dos demais, em Roma, os cristãos começaram a ser perseguidos e Sebastião tomou uma decisão importante: iria para Roma e tentaria ajudar os cristãos de lá, confiando na sua fé e no prestígio que gozava como soldado fiel e corajoso.
Agora é que começa a segunda parte da vida do jovem oficial do império. Estamos no ano 303. Desde o ano 63, quando Nero era imperador romano, os cristãos foram quase, ininterruptamente, perseguidos. De tempos em tempos, um imperador declarava o extermínio sumário dos cristãos. Cada um deles decretava uma perseguição mais feroz do que outra. A perseguição, a que nos referimos, iniciou-se precisamente no dia 23 de fevereiro de 303 e foi ordenada pelo imperador Diocleciano com o seguinte decreto:
"Sejam invadidas e demolidas todas as Igrejas! Sejam aprisionados todos os cristãos! Corte-se a cabeça de quem se reunir para celebrar o culto! Sejam torturados os suspeitos de serem cristãos! Queimem-se os livros sagrados em praça pública! Os bens da Igreja sejam confiscados e vendidos em leilão!"
Por três anos e meio correu muito sangue e não houve paz para os inocentes cristãos!
Sebastião, logo que chegou a Roma, foi promovido a oficial. O imperador cativado pela fibra e personalidade deste jovem o nomeou comandante dos pretorianos, seus guardas-pessoais.
Um alto cargo, sem dúvida. Cargo de confiança e de influência. No exercício deste ofício, porém, Sebastião estava exposto aos perigos da corte. Sua vida talvez não corresse perigo, mas sua fé poderia ser abalada e suas convicções transformadas.
A corte era um resumo de todos os vícios e depravações existentes no Império. O próprio imperador Diocleciano, filho de escravos, conseguiu o poder às custas de assassinatos. Era de uma avareza que se tornou proverbial. Os tributos, que explorando o povo, o levaram, em pouco tempo, à extrema miséria.
Nesta vida, dois são os caminhos a seguir e que conduzem a lugares diferentes: existem caminhos fáceis, largos... que levam à perdição e existem caminhos ásperos, estreitos, íngremes... que levam à salvação.
Podemos imaginar a quantos perigos a fé de Sebastião esteve exposta. Não é só de hoje que costumamos dizer: "O mundo está perdido!"
Para o cristão, qualquer tempo é tempo de provação e de tentação. Em todo tempo, porém, é preciso perseverança na virtude da fé.
De fato, é na hora da provação que a verdade aparece transparente. É nas dificuldades que se prova até onde vai a nossa fé em que medida somos capazes de entregar a vida por alguém. O viver, a fundo, o Evangelho, é oferecer a própria vida, se isso for exigido.
Durante esse tempo de perseguição, Sebastião trabalhava na corte. Ocultava com muito cuidado sua fé cristã, não com medo de morrer, mas para cumprir melhor o seu papel: encorajar seus irmãos na fé e na perseverança, especialmente os mais tímidos e vacilantes, merecendo, com isso, o título de "auxílio dos cristãos".
Assim sendo, muitos cristãos aprisionados e temerosos de sua morte, após ouvirem Sebastião, sentiam-se revigorados e destemidos, prontos a enfrentar a tortura e a morte por amor a Cristo. Não mais os amedrontava o cárcere e a crueldade nos suplícios.
Entretanto, havia uma razão para explicar a força que sustentava os cristãos em suas provações e essa força era o amor, seguido do despreendimento, a fé e a esperança em Cristo ressuscitado. Sebastião sabia perfeitamente de tudo isso e por esse motivo passava de cárcere em cárcere, visitando e animando os irmãos a se manterem firmes na fé, mostrando que na vida, os sofrimentos são passageiros e que o prêmio reservado aos perseverantes na fé é eterno.
Sendo chefe da guarda imperial, tinha livre acesso, de entradas e saídas, sem maiores complicações. E muitos dos que ouviam suas palavras se convertiam. Foi numa dessas visitas a presos que o carcereiro e sua mulher Zoe, alguns parentes dos presos e demais funcionários da prisão, tiveram oportunidade de ouvir suas comvincentes palavras.
Conta-se que enquanto Sebastião falava, Zoe, que era muda, começou a falar. Diante desse fato, ficaram maravilhados, o carcereiro e todos os presentes e logo se dispuseram a aceitar a fé cristã, professada por Sebastião. Os cristãos estavam presos, mas não a Palavra de Deus. A Palavra do Senhor, de fato, não está acorrentada. Ela é Caminho, Verdade e Vida para todos nós!
O caminho do cárcere era escuro, mas o cristão o alumiava com a sua fé; o lugar era frio, mas ele o aquecia com suas preces fervorosas e cantos inspirados. Apesar das correntes, estava, pelo poder de Deus, livre para Ele. Na pressão esperava a sentença de um juiz, contudo sabia que estava com Deus e Ele julgaria os mesmos juízes.
Mas enquanto alguns resolvem iniciar seu processo de conversão, outros continuam tramando o mal. De fato, a perseguição sistemática do imperador Diocleciano torna-se cada vez mais violenta, exigindo dos cristãos, muita coragem e heroísmo.
Aqui acontece um fato que vem amenizar a vida dos perseguidos. O Prefeito da cidade de Roma, Cromáceo, convertido ao cristianismo, demitiu-se do cargo e começou a reunir, ocultamente, em sua casa, os recém-convertidos e, desta forma, estes não eram molestados. Ele sabia que muitos não resistiriam ao martírio, caso fossem presos. Então sugeriu que todos aqueles fossem para longe de Roma. Ali estariam protegidos da feroz perseguição. Seguiam, assim, o que Jesus havia sugerido no Evangelho: "Se vos perseguirem numa cidade, fugí para outra!"
À medida que aumentava a perseguição, os companheiros que Sebastião tinha instruído e convertido à fé cristã, iam sendo descobertos, presos e mortos. A primeira foi Zoe, esposa do carcereiro. Foi surpreendida e presa quando rezava no túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo. Recusando prestar culto aos deuses romanos, foi queimada e suas cinzas foram jogadas no rio Tibre, em Roma.
O sacerdote Tranquilino, por sua vez, foi apedrejado e seu corpo exposto ao ludíbrio popular. Ao resgatar os corpos dos mártires, vários amigos de Sebastião foram descobertos e presos. Entre eles se achavam: Cláudio, Nicostrato, Castor, Vitoriano e Sinforiano. Durante dias, os inimigos da fé cristã pelejaram com eles para que renegassem a fé, mas nada conseguiram. Por fim, o imperador ordenou que fossem atirados ao mar.
A perseverança é a palavra chave, reveladora do segredo e do sucesso dos cristãos. Eles redobravam suas orações e jejuns, pedindo a Deus que os fortalecesse para o combate. Mantinham-se firmes na convicção de que é Deus quem dá a perseverança e a vitória.
"Os magistrados que julgam as leis do Império, aceitem todas as acusações que se façam contra os cristãos, e nenhum apelo ou desculpa se admita na defesa dos réus!"
Como se vê, não havia absolutamente, direito de defesa... Os cristãos eram acusados das coisas mais absurdas: de incendiar casas e cidades, de comer carne humana, de querer tomar o poder e outras coisas inacreditáveis...
Sebastião já não podia continuar ocultando sua fé, por ter se tornado luz que ilumina a todos. E um dia alguém o denunciou ao prefeito, por ser cristão. O imperador também foi cientificado e recebeu todas as informações. Deixar Sebastião em liberdade representava um grave "perigo" para a cidade inteira. Então, mandou que o chamassem para ouvir dele próprio a confirmação.
Acuado e acusado de todos os lados, preparou-se o soldado cristão para assumir a sua missão. Ainda podia fugir, podia voltar atrás, mas não o fez: ficou firme em sua fé e assumiu o acontecimento iminente. Ele anunciou o Reino de Deus, denunciou a inutilidade dos ídolos da sociedade, suas injustiças e falsas ideologias, seus mitos e seus pecados. Tinha se comprometido e, por isso, agora devia pagar o devido preço.
O cristão, para ser tal, deve se assemelhar a Jesus, o servo de Javé. Sua missão é testemunhar a Palavra de Deus que é verdade, direito, justiça, paz, fraternidade e amor. Este testemunho porém, tem um preço, as vezes, muito alto: o cristão é marginalizado, rejeitado por todos, até a morte.
Sebastião percebe, no entanto, que o silêncio de Deus é somente o intervalo entre duas palavras fundamentais: Morte e Ressurreição! Ele já está pronto para responder, com seu sangue, às perguntas dos inimigos do bem e da verdade.
Revestido da cintilante couraça e ostentando todas as insígnias merecidas, Sebastião se apresenta diante do imperador que o interroga. Diante dos presentes estupefatos, confessa sua fé e diz resolutamente ser cristão. O imperador logo o acusa de traidor. Sebastião lembra que esta acusação é uma absurda mentira, pois até agora tem cumprido fielmente seu dever para com a Pátria e o imperador, protegendo-lhe a vida em muitas circunstâncias.
O imperador estava imaginando uma forma original, diferente, de executar a sentença de morte que iria pronunciar contra o seu mais fiel oficial. Mandou chamar o comandante dos arqueiros de numídia, homem originário de uma região desértica da África, onde a caça só era possível com as flechas e o incumbiu de executar a sentença capital do oficial cristão.
O imperador ordenou que amarrassem o soldado cristão a uma árvore, num bosque dedicado ao deus Apolo. Que o crivassem de flechas, mas não atingissem seus órgãos vitais, para que morresse lentamente. Assim foi feito! Com a perda de sangue e a quantidade de feridas, Sebastião desmaiou, já era tarde! Julgando-o morto, os flecheiros retiraram-se.
Alguns cristãos que haviam preparado o necessário para o enterro, foram buscar o corpo. Provavelmente subornaram os carrascos dando-lhes dinheiro para conseguir o corpo do mártir. Qual não foi a surpresa daqueles cristãos, quando perceberam que Sebastião respirava ainda. Estava vivo... Levaram-no à casa da matrona Irene, esposa do mártir. Caustulo e, com muito cuidado, foram curando-lhe as feridas.
Alguns dias se passaram, Sebastião já havia se recuperado dos ferimentos e estava disposto a ir até o fim. Não fora ele chamado "defensor da Igreja" pelo próprio Papa? Se ele a tinha defendido antes, às ocultas, agora a defenderia publicamente, para que todos pudessem escutar a defesa da Igreja, ali reduzida ao silêncio.
Chegou o dia 20 de janeiro. Era o dia consagrado à divindade do imperador. Este saiu em grande cortejo de seu palácio e dirigiu-se ao templo do deus Hércules, onde seriam oferecidos os sacrifícios de costume. Estando coroado pelos sacerdotes pagãos e pelos homens mais nobres do império, foi concedida uma audiência pública. Quem desejasse pedir alguma graça ou apresentar alguma queixa, poderia faze-lo nesta ocasião, diante do soberano.
Sebastião, com toda a dignidade que sempre o distinguiu e cheio do Espírito Santo, apresentou-se diante do imperador e, destemidamente, reprovou-lhe o comportamento em relação à Igreja. Reprovou-lhe as injustiças, a falta de liberdade e a perseguição aos cristãos. O imperador ficou estarrecido ao reconhecer naquela pálida figura, a pessoa de seu antigo oficial que o julgava morto. Tomado de ódio, ordenou aos guardas que o executassem ali, em sua presença e na presença de todos. Ele mesmo queria ter a certeza de sua morte.
Imediatamente, os guardas investiram contra ele, e o moeram de pancadas com cassetetes e com os cabos de ferro de suas lanças, até que Sebastião não deu mais sinal de vida. O imperador ordenou, então, que o cadáver do oficial traidor fosse jogado no esgoto da cidade e, assim, seria apagado, para sempre, a sua memória.
Sebastião, como todo cristão, tinha esta firme convicção: se Cristo ressuscitou, todos nós ressuscitaremos com Ele, pois, pelo Batismo, fomos incorporados ao seu corpo glorioso. A morte já não é o fim, não é o ponto final e definitivo. Ela foi superada, tornou-se apenas uma porta para a verdadeira vida!
Neste caminhar, um mistério nos ultrapassa, a saber participar da vida de Cristo, significa despojar-se de si mesmo e aceitar cooperar com sua missão essencial de salvação, que passa pela cruz e pela morte. Assim como nenhum cabelo de nossa cabeça cai sem que Ele o permita, nenhum fato ou acontecimento escapa ao seu conhecimento.
Durante a noite, um grupo de cristãos foi até o local onde o corpo de Sebastião tinha sido jogado. Os homens desceram à muralha que cercava o canal, pelo qual corria o esgoto da cidade. Com o rio Tibre estava na vazante, o corpo de Sebastião ficara preso a um ferro. Levado para a catacumba, ali foi enterrado com todas as honras as honras e veneração dos cristãos, aos quais ele tanto servira e amara.
São Sebastião, por tudo aquilo que fez e enfrentou, é um santo muito popular. É invocado como protetor contra a peste, a fome, a guerra e todas as epidemias. Mas de onde vem esta devoção?
Entre os antigos, as flechas, eram símbolos da peste pelas feridas cancerosas que provocavam. Assim sendo, a piedade cristã, sabendo que em seu primeiro martírio Sebastião havia sido sufocado por uma saraivada de flechas, escolheu-o para ser protetor contra o flagelo da peste, epidemia arrasadora, especialmente nos tempos passados, mas que ainda hoje é bastante temível.
Mas foi no ano 680, quando uma grande peste vitimara toda a Itália, que os fiéis recorreram a São Sebastião, fazendo voto de erigir uma Igreja a ele dedicada, se a peste cessasse. E a peste realmente cessou! Desde então, São Sebastião passou a ser invocado contra a peste e suas irmãs a fome e a guerra.